segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

ronaldinho vs bilbao (25/02/07)

Nada melhor do que isto para calar as criticas, Ronaldinho no seu melhor. Chamaram-lhe gordo e ele no jogo seguinte mostrou a todos que tinha mesmo peso a mais…de talento. Continua a ser o melhor do Mundo pelo simples facto de ser o único a conseguir fazer algo deste género.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

"Sobrecarga Competitíva"


É corrente, se não comum, ver treinadores, jogadores, e até jornalistas atribuírem o cansaço das equipas Portuguesas que disputam competições internacionais à sobrecarga de jogos.
Recentemente Fernando Santos, veio a público justificar o cansaço dos seus jogadores através da sobrecarga competitiva que atravessavam. Sobre este assunto, no jogo Benfica vs Nacional, vários comentadores durante o jogo, quer na rádio quer na tv, relatavam o cansaço da equipa encarnada. Se retrocedermos no tempo, Paulo Bento, referia essa mesma sobrecarga como razão explicativa da rotatividade do plantel, rotatividade essa que estranhamente (ou talvez não) não só não produziu resultados, como desgastou jogadores chave que hoje em dia parecem sombras daquilo que exibiram há pouco tempo atrás (caso de Moutinho, p.e.).
Esta atitude prova, no meu ponto de vista, o completo amadorismo e autismo do futebol nacional.
Vamos a factos:

1. O campeonato Português compõe-se de 16 equipas. Internamente os clubes disputam 2 competições internas. Tal configuração permite que os jogos ocorram intervalados por uma semana durante a maior parte da época, assim como permite pausas de quase um mês durante o Natal. No máximo as equipas disputarão 3 competições.
2. A Premier League tem 20 equipas, coexistindo 3 competições internas. A maior parte da época é composta por jogos bisemanais, repartidos entre as diferentes competições. Paralelamente várias equipas Inglesas disputam ainda competições europeias. Não existem pausas competitivas significativas.
3. O Calcio (20 equipas, 2 competições internas), a La Liga (20 equipas, 2 competições internas), a La Ligue (20 equipas, 3 competições internas), a Bundesliga (18 equipas, 2 competições internas) são outros exemplos de maior ritmo competitivo.

Perante isto, não se pode afirmar em boa verdade, que a nossa Liga é exigente em termos de calendário e muito menos em termos de competição! Argumentar-se-á que será da rotatividade dos plantéis, outra vez os factos desmentirão essa realidade:

1. No Chelsea, Lampard fez 40 jogos como titular esta época, marcando 17 golos, Essien fez 42 jogos também como titular, marcando 4 golos. Nesta mesma equipa, Ricardo Carvalho, Ballack, Makelele, Shevchenko, Drogba todos eles superam os 30 jogos,. Mesmo John Terry, frequentemente lesionado, acumula 27 jogos, quase tanto como uma Liga Portuguesa completa…

2. Arsenal (mesmo que hoje procedesse a alterações), Fabregas (37), Gilberto Silva (34), Lehman (32), , Hleb (29), Rosicky (26) todos com perto ou excedendo os 30 jogos. Manchester Utd, Ferdinand (34), Carrick (30), C. Ronaldo (33), Rooney (33), Van Der Sar (32) e a lista continua…

3. Noutros campeonatos, Ibrahimovic (37), Pizarro (38), Kaká (43!), Deco (51!!!), Cannavaro (44), Daniel Alves (34) e a lista poderia continuar.

Outros dados poderiam ser analisados, mas o essencial creio que está provado. Não me parece crível que a tal “sobrecarga competitiva” seja factor preponderante do menor rendimento físico das equipas Portuguesas nas competições em que estão envolvidas. Tal afirmação é tão menos crível quanto mais nos apercebemos da intensidade competitiva destes campeonatos, o que sustenta a minha afirmação anterior acerca do autismo do futebol nacional.

Como explicar então o menor rendimento físico dos nossos jogadores, cuja validade apenas parece ser confirmada dentro de portas, já que quando os mesmos são “transplantados” para outros campeonatos parecem dar boa conta do recado?

Quanto a mim, é tudo uma questão de amadorismo e qualidade. Um conceito emerge directamente do esforço, a saber, a intensidade do jogo. Noutros campeonatos, onde a qualidade dos intérpretes e da equipa técnica é claramente superior, a intensidade do jogo é controlada tacticamente, com a ocupação do espaço vazio, enquanto que em Portugal, se corre ainda muito atrás da bola.

A análise efectuada no parágrafo anterior é transversal ao espectro de equipas que compõem uma liga. Independentemente de a equipa defender e pressionar em bloco médio, médio-baixo, ou médio-alto, devido à sua qualidade e desenho táctico, a defesa é predominantemente zonal, controladora do espaço e das progressões longitudinais, a saída para o ataque é simplesmente um prolongamento da ocupação defensiva, sabendo as equipas desdobrar-se consistentemente. Um dos melhores exemplos é o Chelsea de Mourinho. O controlo que o Chelsea tem dos jogos, não se resume à sua posse, mas sim à sua gestão, a equipa sabe o que fazer com e sem bola, controlando o ritmo e a velocidade de modo a controlar os aspectos supracitados. Mais uma vez os factos, se considerarmos os principais momentos chave (10’ finais da 1ª e 2ª parte, e os 10’ iniciais da 2ª parte) verificamos que o Chelsea marcou, 50,7% dos seus golos em todas as competições, ou seja tantos quantos marcaria nos restantes 2/3 do jogo! A análise per si não é significativa, mas a sua interpretação tendencial pode ser, revela uma equipa que sabe que ao longo de uma época desgastante o mais importante é modular a intensidade do jogo fazendo-o variar por períodos de modo a influenciar o ritmo de jogo e a posse de bola, discernindo os momentos próprios de cada jogo onde se deve jogar para marcar, ou apenas para descansar, com ou sem bola.

As nossas equipas encontram-se cansadas não pela quantidade de jogos, mas sim pela intensidade de cada um deles. Porque não sabem modular a intensidade, ou controlar o jogo com ou sem bola, a ocupação dos espaços é anárquica e a segurança defensiva um desastre. Em sentido lato, as equipas Portuguesas quando querem ganhar, preocupam-se em marcar uma grande quantidade de golos o mais depressa possível para depois descansar, baixando o ritmo de jogo. Quando não querem perder, preocupam-se em entregar o controlo do ritmo ao adversário para depois especular a posse de bola em corridas e pontapé para a frente, sem conseguirem descansar. Com esta abordagem ao jogo, os jogadores correm atrás da bola, tacticamente as movimentações da equipa são desconexas obrigando a um maior esforço individual e colectivo.

Por isso se aconselha, antes de se queixarem da dita “sobrecarga competitiva” preocupem-se em educar os jogadores que a sua principal preocupação deverá ser não só marcar golo, mas mais importante, o que fazer com e sem bola. Os golos surgirão como consequência, como ocorrem noutras equipas que, embora sujeitas a muito maior desgaste, não é por isso que deixam de jogar bom futebol e conquistar títulos!

N.A.- apenas foram considerados os jogos em que os jogadores referidos foram titulares.

Beira-Mar x FCP


A história do jogo conta-se em poucas penadas. A entrar com um ritmo lento, o FCP deparou-se com um Beira-Mar com relativa boa organização nomeadamente a nível de meio-campo (o dito "sobrepovoamento"), que emperrava a primeira fase de construção portista, mas que deixava demasiados espaços nas costas para as investidas de Quaresma e companhia. As fragilidades defensivas dos aveirenses e a excelente execução daquela bola parada aos 17' permitiram a Lisandro inaugurar o marcador, estreando-se o argentino este ano na marcação de golos com o peito.


A segunda parte não foi mais do que o desmoronar progressivo da confiança do Beira-Mar (não me lembro de nenhuma oportunidade de golo), exacerbada também a partir do momento em que Jesualdo percebeu que Postiga era um elemento a mais, trocando-o por um muito mais efectivo Adriano (alguém percebeu porque o queriam mandar embora em Dezembro?). Raúl Meireles ainda foi a tempo de arrecadar um galináceo de Eduardo, Alan e Pepe aproveitaram a generosidade do compatriota, o primeiro ao marcar após assistência, o segundo ao cavar uma grande penalidade para este (justamente) concretizar.

Mais algumas notas:
1. a moral de Quaresma e de Lisandro – o “cigano”, na ausência de Anderson, assume-se como o grande fantasista da equipa, constrói, oferece, diverte, e mesmo às vezes insistindo no individualismo sabe empurrar a equipa para a frente; o argentino atravessa apreciável momento de forma, essencialmente física, o que vem mesmo a calhar na “ausência” de Postiga...
2. o aparente cansaço de Lucho, que mesmo marcando não consegue esconder alguma fadiga, falhando por vezes nas compensações defensivas ou nas transições mais rápidas (independentemente disso, a classe está sempre lá).
3. a também aparentemente inevitável descida de divisão deste Beira-Mar, que valha a verdade, mostra demasiadas fragilidades para estar na 1.a Liga. São demasiadas entradas novas, demasiadas mudanças, demasiada falta de planeamento. Alguns jogadores interessantes, é verdade (este Edgar, recente campeão sul-americano sub-20, se perder aquela estranha mania de se encavalitar nas costas do adversário directo, parece ter potencial), mas perdidos no meio de tanta desorganização…

Acontecimento do fim de semana


A vitória do Chelsea na final da Taça da Liga de Inglaterra por 2 -1 frente ao Arsenal. Drogba foi mais uma vez decisivo assinando os dois golos dos Blues. Mourinho conquista assim o seu 11º titulo como treinador de futebol, 5 dos quais ao serviço do clube londrino.

O Momento do fim de semana

A cavalgada de mais de 50 metros de Cristiano Ronaldo que acabou em golo, ainda mais importante do que a beleza da jogada, foi tratar-se do golo da vitória do Manchester United frente ao Fulham por 2 -1. Ronaldo resolveu assim um jogo que estava a ser dos mais difíceis que o Manchester teve em toda a época na Premier, tendo o Fulham criado varias oportunidades para poder fazer o 2 – 1 mas não foram capazes de concretizar. A importância desta vitória foi bem visível pelos festejos do Sir Alex Ferguson, equipa técnica e jogadores no final do encontro, os Reds perceberam que ganharam um jogo importante e que o titulo está mais perto porque agora sentem que a estrelinha dos campeões esta com eles.

Os Reais Problemas

Capello começou por surpreender ao deixar de fora Diarra e ao incluir no seu lugar Emerson, que à muito perdeu margem de manobra quando o Real actua no Santiago Bernabeu frente aos seus adeptos.

Nos primeiros 20 minutos o jogo pertenceu por completo ao Atlético de Madrid, que entrou com mais determinação e melhor organizado. O Real continua com as dificuldades habituais, tendo um início de partida desastroso.

As dificuldades do Real deveram-se à dificuldade dos seus jogadores em igualarem a determinação dos jogadores rivais mas também a aspectos tácticos e de dinâmica quer defensiva quer ofensiva.

A Atlético deveria ter ganho o jogo facilmente uma vez que foi sempre a melhor equipa em campo, mas devido a falta de eficiência na concretização e a má prestação do árbitro o Real conseguiu arrancar um ponto na casa do rival.

O que pretendia Capello:

Capello começou o jogo com a normal linha de 4 defesas.

O meio campo foi ocupado por Emerson, Gago e Guti. Emerson mais fixo no centro e com uma pequena amplitude de movimentos pretendendo o treinador assim dar a segurança necessária a defensiva do Real, Gago era responsável por equilibrar defensivamente o real quer a direita quer a esquerda dando apoio ao lateral, tendo a seu cargo uma grande amplitude de movimentos horizontais defensivos, funcionando como um pivot mais móvel contrabalançando a Emerson mais fixo. Gago era ainda o principal responsável por fazer a primeira transição ofensiva dos merengues, entregando a bola ora a Guti, ora aos extremos. Guti deveria jogar mais avançado no meio campo sendo responsável pela segunda transição ofensiva, com passes nas costas da defesa do Atlético, com passes longos, ou a sair ele mesmo em posse de bola dando tempo a equipa para se organizar ofensivamente.

No ataque jogaram Higuaín no lugar de Nistelrooy mais fixo no centro como ponta de lança, Raul e Reyes mais abertos nas alas. Raul tentando fazer diagonais para centro sempre que partia da direita, Reyes deveria fazer um movimento mais vertical aproveitando teoricamente a junção de Raul a Higuaín no centro criando dificuldades aos centrais adversários, enquanto salgado subia pela direita dando equilíbrio ofensivo ao ataque do Real.

O que pretendia Aguirre:

O atlético jogo também com uma linha de 4 defesas em que os laterais tinham grande liberdade para desenvolver movimentos ofensivos e passando muito por eles a primeira transição ofensiva da equipa do Atlético, onde deveriam entregar a bola ora ao extremo ora a Maniche para efectuarem a segunda transição ofensiva ou ainda darem a bola de forma mais directa a um dos pontas de lança que baixava para receber e virar-se para a baliza criando desequilíbrios pelo meio com o apoio de Maniche ou pelas alas com o apoio do extremo respectivo, obrigando assim a baixar também os extremos do real para defender, perdendo eficácia ofensiva.

O meio campo colchonero actuava no centro com um duplo pivot, Luccin com mais preocupações defensivas e Maniche com mais preocupação de posse de bola, de transições ofensivas e de apoio ao jogador com a bola, criando sempre uma possibilidade de passe ao homem que transportava a bola. Nas alas jogaram Jurado pelo lado esquerdo e Galletti pelo lado direito, a estes jogadores cabia apoiarem defensivamente os laterais e a fazer a segunda transição para o ataque obrigando o trio do meio campo do Real a abrir para apoiar os seus laterais e perdendo assim eficiência no centro do terreno para Maniche e Luccin.

Na frente Aguero e Fernando Torres eram responsáveis por com as suas movimentações arrastar os centrais abrindo espaço para os médios apareceram na zona de finalização, principalmente Maniche e Jurado que deveriam fazer diagonais no sentido vertical entre o lateral e o médio defensivo do Real. Os dois avançados alternavam nas suas funções, quando um fazia o movimento na direcção das alas o outro permanecia mais fixo. Muitas vezes baixavam no terreno fugindo à marcação dos centrais contrários e possibilitando assim terem a bola para se poderem virar para a baliza e criar desequilíbrios uma vez que tanto Aguero como El Ninõ são muito eficientes quer a jogar com os extremos quer a jogar um com o outro.

O que falhou no Real:

A fraca exibição deveu-se sobretudo ao deficiente processo defensivo e a deficiente primeira transição para o ataque.

No aspecto defensivo – Gago não foi capaz de apoiar convenientemente os laterais, deixando muitas vezes estes na situação de 1 para 1 com o extremo adversário o que permitiu que o Atlético criasse varias dificuldades ao Real nos primeiros 20 minutos. Com Gago perdido nos seus movimentos defensivos Emerson ficava praticamente sozinho para Maniche e Luccin uma vez que Guti nunca foi muito eficiente na luta pela posse de bola no centro do terreno, criando-se assim uma superioridade do Atlético no centro apesar de apenas ter dois homens para três do Real. Os extremos do Real também não faziam um acompanhamento eficiente na subida dos laterais do Atlético o que dificultava ainda mais a missão defensiva dos laterais e de Gago, que não conseguia fazer o equilíbrio defensivo pela deficiente movimentação horizontal que efectuava, tendo de recorrer varias vezes à falta, uma vez que chegava sempre atrasado aos lances. O atlético aproveitou esta deficiência e tanto Galletti como Jurado criaram dificuldades à estrutura defensiva do Real. Galletti por ser um extremo puro tinha tendência a fazer os seus movimentos no sentido vertical sempre colado a linha lateral, do outro lado Jurado tinha tendência a movimentar-se em diagonal pisando os terrenos entre o lateral e o médio do Real, e enquanto Gago não acertou no seu movimento Jurado fez o que quis com ampla liberdade, tendo sido o melhor em campo nos primeiros 20 minutos, com o lateral Lopez a aparecer sempre bem no lado esquerdo pelo exterior não permitindo a Salgado fechar no centro a subida de Jurado. Depois dos primeiros 20 minutos quando o atlético já estava a vencer por 1 – 0 gago começou a perceber melhor os movimentos ofensivos do Atlético e o Real ficou mais equilibrado na sua defesa tendo a partir dai o Atlético mais dificuldades em criar desequilíbrios ofensivos. Com a saída de Gago e a entrada de Diarra o Real ganhou mais presença física no meio campo e em alguns momentos tornou-se mais eficiente nos processos defensivos. Com a saída de Galletti e a entrada de Mista no Atlético o Real voltou a ter mais problemas defensivos, pois mista trouxe mais dinamismo ofensivo e mais presença física ao ataque colchonero.

No aspecto ofensivo – a primeira transição para o ataque nunca foi eficiente uma vez que Gago raras vezes foi capaz de sair com posse de bola da sua defesa, isto porque os apoios encontravam-se sempre indisponíveis obrigando Gago a sair sozinho com a bola tornando-se uma presa fácil para a eficiente primeira pressão defensiva do atlético, ganhando assim varias bolas na zona ainda do meio campo do Real, ora porque o Gago tentava sair a jogar sozinho e perdia o bola ora porque tentava um passe difícil e era interceptado, o problema não estava em o gago não jogar fácil, o problema estava em os seus companheiros de equipa não criarem possibilidades para o Gago sair a jogar fácil. Esta dificuldade em fazer a primeira transição fazia com que o real estivesse sempre em dificuldades defensivas. Emerson praticamente nunca procurava a bola, Guti estava muito longe preocupado em fazer a segunda transição ofensiva, o que tornava a vida de Gago muito difícil, acabando por fazer uma péssima exibição quanto a mim sem ter muita culpa.

Os extremos por sua vez encontravam-se muito longe da defesa para dar um apoio conveniente a estrutura defensiva mas ao mesmo tempo encontrava-se muito longe do ataque deixando Higuaín desamparado na frente, tendo este de receber a bola, segurar e esperar que alguém o apoiasse, como esse apoio estava sempre longe acabava por perder a bola em lances individuais. Guti pela sua falta de movimentação e determinação nunca foi um problema para a dupla Luccin/Maniche, tendo estes assim mais liberdade para fazer compensações defensivas sempre que eram necessárias permitindo ao atlético ganhar a bola rapidamente para partir para o ataque. A entrada de Cassano não acrescentou nada ao jogo “excepto” o passe genial que este fez para Higuaín marcar a seu primeiro golo desde que deixou o River Plate.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

La Liga

Hoje é dia de derby. Que belo dia para dar o pontapé de saída do nosso Blog.

Um dos mais tradicionais derbys do futebol mundial, que coloca frente a frente Atlético de Madrid e Real Madrid, realiza-se hoje as 21h em pleno Vicente Calderón. Além do aliciante normal de um derby, este ano existe um extra para animar ainda mais o jogo, a proximidade classificativa das duas equipas. Desde 1992 que Atlético e Real Madrid não se encontravam à segunda volta com uma distância pontual tão reduzida, apenas 3 pontos separam os rivais madrilenos na La Liga, com vantagem para o Real.

As equipas defrontam-se num momento em que apresentam alguns pontos em comum, ambas ainda se encontram na luta pelo título, ambas praticam um futebol grosseiro e desinteressante e ambas têm no seu comando treinadores mal amados pelos adeptos.

O Real Madrid em 12 jogos fora de casa ganhou 8 e perdeu 4, tendo marcado 18 golos e sofrido 10. Por seu lado o Atlético de Madrid em casa ganhou 6 jogos, empatou 3 e perdeu outros 3, sendo que marcou 13 golos e sofreu 9.

Apenas no lado do Real Madrid existem lesionados recentes, Roberto Carlos, Sérgio Ramos e Van Nistelrooy (baixa de última hora). Embora sejam 3 baixas importantes para Fábio Capello penso que a ausência do Holandês será a que mais se ira notar pelo pragmatismo que dá ao futebol ofensivo dos merengues.

Em campo deveram estar dois portugueses, Maniche e Zé castro.

O ambiente electrizante está garantido, e um bom espectáculo de futebol será que sim? Ficamos à espera.

Onzes prováveis

Atlético de Madrid

25 Leo Franco 2 Seitaridis 21 Perea 14 Zé Castro 3 A. López 20 Maniche 5 Luccin 15 Jurado 9 Fernando Torres 10 Agüero 7 Galletti

Real Madrid

1 Casillas 38 Miguel Torres 21 Helguera 5 Cannavaro 12 Marcelo 16 Gago 6 Diarra 14 Guti 19 Reyes 7 Raúl 20 Higuaín

As figuras:





Livre Directo

Quando me convidaram para este projecto, veio-me à memória os jogos de Domingo à tarde da minha infância... no meio de todo o folclore que envolve o desporto rei, existem constantes de universalidade que nos unem a todos nesta paixão que transcende os clubes e se materializa naquelas grandes jogadas, nos grandes golos, nos magníficos players que a globalização e os mass media trouxeram até nossas casas.
A paixão nasce assim, precoce. E em toda a parte é ver os futuros adeptos, ou quem sabe artistas de amanhã, correrem ao primeiro toque da campaínha para aquele derby que se joga entre as aulas, bola debaixo do braço, equipas seleccionadas ao pormenor, o drama do guarda-redes e o rescaldo que se segue, o corpo ainda vibrante do esforço e das emoções à solta nas quatro linhas... no fundo a essência do futebol na sua face mais pura. E esses mesmos putos, é vê-los, de joelhos esmurrados pelos confrontos semanais, a irem à bola pela mão dos seus pais, aos jogos de Domingo à tarde, comungarem do mesmo espírito, da mesma alma que une quem partilha essa história.
Há vários momentos mágicos no futebol. Aquela finta que deixa o defesa plantado no chão, o livre superiormente marcado, o chapéu que deixa a bola pairar para depois descair e aninhar-se docemente perante o desespero do "redes"... o título deste blog representa um desses momentos, vem daquele ressalto, daquela finta que escancara o portal de todos os sonhos à aptidão do avançado. Nessa fracção de segundo em que tudo se decide, suspendem-se os gritos, e todos os olhares se dirigem a esse limiar mágico. A angústia é comum a todos, uns por pressentirem que está próxima a explosão orgásmica do golo, outros por desejarem esse pedaço de relva levantado, ou uma recuperação sobre-humana do defesa que desvie a bola para canto.
É desse limiar que se vai fazer este blog, da cristalização de todas as angústias e paixões que se concentram no momento de baliza aberta, esperemos que cada post represente esse remate vitorioso. Estes 3 avançados centro estão cá para isso, juntem-se connosco nos festejos, porque no fundo, a todos nos move a mesma paixão!

O pontapé de saída

Bem vindos ao “de baliza aberta”. Feito para quem adora futebol, consome futebol, respira futebol… Na sua essência, nas quatro linhas, no golaço de entrada de área, no pontapé fulminante, naquela grande finta, no jogador que patenteia classe mesmo que jogue no clube rival… Porque o futebol é coisa séria, coisa de tácticas e estatísticas e afins, mas também de artes e talentos, como o mais fino espectáculo consegue ser.

Começamos agora o jogo. A discussão do derby de sábado, do clássico do país vizinho, da bela jogada ou do panorama da competição. Sem hipocrisias, sem maldade, sem clubites. Apenas alma. Esperemos que hajam muitos golos. Afinal, a baliza fica aberta, porque cá não gostamos de jogar á defesa. Fiquem à vontade para marcar.