terça-feira, 1 de maio de 2007

A metralhadora giratória ou simplesmente Romário

Romário para mim será sempre especial, será sempre o melhor, porque faz parte do meu imaginário de criança apaixonada pelo futebol. Do Dream Team do qual ele fez parte em Barcelona sob as ordens de Cruyff até ao mítico Mundial de 94 em que ele levou o Brasil ao tetra campeonato. Tudo isto faz parte das minhas memórias de infância e nada pode concorrer com isso, porque a magia do que acontece na nossa infância é irrepetível, incomparável. Como escreve a antiga estrela brasileira Tostão, Romário “não foi o mais premiado centroavante de todos os tempos, nem sei se foi o melhor, mas foi o mais genial, o que mais me fascinou.”

Romário teve sempre a eficácia como principal arma, mas tudo que seus pés ofereciam ao futebol era inevitavelmente belo. Johan Cruyff disse a respeito de Romário que: "Ele é o génio da grande área". Talvez como ninguém ele dominou aquele espaço sagrado do campo, com os seus dribles curtos, com o seu remato de bico, com aquele toque de bola adocicado. Ele aparecia com a pontualidade dos predestinados, na hora que tinha marcado com o destino para sempre finalizar a criação de Deus com um golo.

O seu principal segredo estava na simplicidade com que finalizava, e nunca a simplicidade no futebol foi tão bela. Marcou golos de todas as formas e feitios, e marcou tantos que alguns tinham de ser repetidos porque já não era possível inventar mais formas de marcar.

A sua genialidade foi talvez o seu maior entrave para não ter ganho mais títulos, para não ter um sucesso mais duradouro na Europa, porque preferia “o treino” na praia jogando futvólei do que treinar com a equipa dois toques num campo pequeno. Mas a sua genialidade foi provavelmente o que lhe permitiu expressar o seu talento, sem essa genialidade ele teria sido mais um, não teria sido Romário.

Apesar de ser fã incondicional do “Baixinho” acho que ele já devia ter terminado a sua carreira como futebolista à uns 4/5 anos atrás, mas ele continua na sua cruzada pessoal para alcançar o golo 1000. Seria para ele como que entrar num clube divino com um acesso muito restrito, seria estar na companhia de lendas como Pelé, Eusébio, Di Stéfano e Gerd Muller.

Romario será o último jogador a entrar para este clube, porque o futebol mudou. Por isso todos devemos compreender a obsessão do brasileiro em atingir a meta dos 1000 golos, é uma forma de se tornar uma lenda imortal ainda vivo, com a oportunidade de ainda poder festejar marcando um golo mais na “sua” praia de Copacabana.

P.S.: para melhor perceber quem foi Romário ler a fantástica crónica de Tostão sobre Romário - Fenomenal Centroavante

1 comentário:

Anónimo disse...

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