quarta-feira, 21 de março de 2007

Futebol espectáculo ou nem por isso?


A propósito do encontro entre a Republica Checa e a Alemanha que se vai realizar no próximo sábado, a contar para a fase de qualificação do EURO 2008, perguntaram ao médio Checo do Arsenal Rosicky o que ele achava do actual momento de forma de Michael Ballack. Rosicky respondeu “Não sei, não tenho visto o Chelsea jogar. Eles são uma equipa aborrecida.”

É quase unânime que o Arsenal é a equipa da Premier Legue que melhor futebol exibe tendo como critério o espectáculo, sendo muito provavelmente a melhor equipa na Europa a este nível mas por outro lado encontra-se a 14 pontos (com menos um jogo) do Chelsea estando fora da luta pelo título Inglês.

Afinal o que devemos valorizar no futebol moderno, o espectáculo ou a competitividade? Podem as duas vertentes coexistirem numa equipa?

A reposta é óbvia, claro que sim. O exemplo mais recente é o último vencedor da liga dos campeões e actual campeão espanhol Barcelona, que na época transacta arrebatou os verdadeiros adeptos do futebol espectáculo com uma equipa que chegou a criar a ideia de ser quase invencível. Outro exemplo claro foi a equipa dos galácticos de Madrid na era de Vicente Del Bosque, uma equipa imparável, adocicada pelo talento e fantasia de Figo, Raul e sobretudo Zidane, criando verdadeiros momentos de êxtase futebolístico.

Por outro lado temos o Milan, a Juventus e o Bayern de Munique que recentemente foram campeões dos respectivos campeonatos e venceram a liga dos campeões sem grandes brilhantismos em termos de espectáculo, uma vez que declaradamente deram primazia ao pragmatismo e racionalidade. Um grande exemplo disso mesmo foi o campeão europeu Liverpool sob o comando de Rafael Benítez, que baseia muito do seu futebol numa estrutura defensiva eficaz dando pouco liberdade para os talentos.

Conseguiria o Valência de Héctor Cúper e de Benítez ter sido finalista da Liga dos Campeões e vencedor da Liga Espanhola respectivamente, com um futebol mais atractivo? Ou toda a sua eficácia se perderia de imediato?

O exemplo da moda nesta questão de futebol espectáculo/resultados é o Chelsea de José Mourinho. Eu sou um admirador confesso de Mourinho, mas estando um dia destes a ver um jogo da sua equipa pensei, como é que é possível as pessoas pagarem bilhete para ver um jogo destes? O Chelsea tinha marcado cedo e estava acerca de 60 minutos a controlar o jogo, de forma excelente alias como usualmente fazem, mas aquela situação era no mínimo aborrecido, já todos sabíamos que os Blues iam ganhar e a única coisa que nos restava desse jogo era esperar pelo fim do mesmo. Talvez com sorte teríamos mais um golo do Chelsea. Mas deixo outra pergunta, será que não devemos valorizar a capacidade soberba que os campeões de Inglaterra têm em controlar os ritmos de jogo, antecipar as jogadas adversárias, fazer posse de bola? Será que isso não é á sua maneira espectáculo?

A equipa do “Special One” foi montada para ter resultados positivos, ganhar. Passando o entretimento/espectáculo para uma espécie de bónus que pode existir ou não. Mas para sermos justos temos de agradecer ao Chelsea de Mourinho algum dos maiores espectáculos de futebol que nos lembramos, como os inesquecíveis embates com o Barcelona, só lamentamos que não sejam mais frequentes.

O romantismo do futebol Sul-americano e a ingenuidade do futebol Africano já não têm espaço no futebol moderno Europeu e com isso perdeu-se alguma alegria, alguma fantasia e alguma irreverência mas sobretudo ganhou-se intensidade, competitividade, velocidade e penso que a qualidade de jogo melhorou com isso, mas não a sua beleza.

Durante uma semana por vezes vejo 10 jogos de futebol, com alguma sorte 4 são bons jogos de futebol e com muita sorte 1 será um bom espectáculo.

Quais serão os verdadeiros parâmetros que nos devemos basear para afirmar que estamos na presenças de um boa equipa de futebol? Vitorias? Golos? Espectáculo?

No fundo o que todos nós queremos é que existam fantásticos jogos de futebol, recheados de golos maravilhosos, com fintas mirabolantes mas que todos os fins de semana a nossa equipa ganhe nem que seja por 1 a 0 com um penalty inexistente marcado no ultimo minuto depois de um jogo sem remates as balizas.

terça-feira, 20 de março de 2007

Equipa do Fim de Semana

domingo, 18 de março de 2007

FCP x SCP, alguns "bitaites"


Confesso, esperava uma vitória do FC Porto. Pelo momento, pela história, pelo factor casa, pela experiência, etc etc. Não via contudo neste desiderato demasiadas facilidades. O Sporting tem uma equipa jovem mas extremamente talentosa, irregular mas que não raras vezes se empolga, principalmente nos grandes jogos. E que, claro, face às circunstâncias não tinha nada a perder.
Não contava era com algumas desilusões lá para as bandas dos azuis. Eis as razões pelas quais creio o FCP ter baqueado na 1ª parte e o Sporting ter estado claramente por cima nesta etapa do jogo:

- que o meio campo do Sporting teria superioridade numérica no miolo era esperado (4 elementos para 3), face ao figurino táctico das duas equipas. Esta era uma desvantagem que os portistas teriam que combater, quanto a mim, através de um superior aproveitamento das alas, tomando máximo proveito da capacidade individual de Quaresma e Alan (se este a tivesse…) e de uma transição rápida defesa-ataque que não permitisse uma eficaz compensação defensiva por parte dos sportinguistas. Ora, isto aconteceu... nos primeiros 10 minutos…

- depois surge, quanto a mim, a grande brecha defensiva deste Porto (e que já se havia notado contra o Benfica há uns tempos), e que passa, naturalmente, pelo seu lado direito. Fucile é claramente um mau defensor, não há grandes dúvidas disso. Depois, teve constante falta de apoio, devido à vocação menos defensiva dos seus colegas de “flanco”, principalmente quando era Quaresma que pisava o lado dextro do ataque (este raramente vinha cá atrás ajudar, seja por iniciativa própria seja por instruções vindas do banco, visando o contra-ataque). Por outro lado, Lucho estava sempre demasiado longe (eventualmente mais encarregado de organizar o jogo atacante??) e Paulo Assunção ocupado com a faixa central (e, convenhamos, bem longe do nível exibicional que lhe víramos em Londres). O Sporting foi rápido a perceber isso e logo na sua primeira jogada de ataque fez antever o que se veio a passar durante o resto da 1ª parte: Nani rouba a bola e tem uma avenida para explorar, endossa a Alecsandro que permite grande intervenção de Helton (estou claramente convencido que tivéssemos Liedson e a equipa leonina já teria ido para o descanso em vantagem…). No 1x1 Nani (excelente exibição) levou sempre vantagem, e com frequência víamos também Djaló e Romagnoli (muito boa a primeira parte também) a caírem naquele lado, deixando o lateral uruguaio claramente desamparado. As estatísticas creio que não devem mentir.

- foi confrangedora a escassez de volume atacante do Porto nesta primeira metade. Passados os tais minutos iniciais, rapidamente o bem organizado meio campo leonino se impôs, ganhando sempre a primeira e a segunda bolas, por contra ponto a uma gritante falta de agressividade dos jogadores azuis e brancos. Valiam as torres da defesa, os mais certos por esta altura.

Na 2ª parte, Jesualdo mudou a estratégia, fazendo entrar Postiga e passando a equipa para o tal 4-4-2 em losango "da moda". Aí sim, as duas equipas encaixaram (finalmente via-se Lucho a dar uma preciosa ajuda a Fucile sobre a direita), ficando o FC Porto com alguma superioridade que todavia não foi traduzida em golos.

O resto resume-se em poucas palavras. O Sporting aproveitou com mérito uma bola parada (grande execução de Tello), numa altura em que até nem tinha o sinal mais, mas rentabilizando uma exibição segura, mormente na primeira parte, e coadjuvada na segunda, numa altura em que era preciso claramente segurar o resultado. Claro que para isto contribuiu e muito a franca desinspiração de Quaresma (chega a ser desesperante ver como o FCP, em alturas mais desesperadas, se limita a passar a bola ao “cigano” e esperar que ele resolva), demasiado individualista e displicente. De resto Helton, com maior ou menor dificuldade, ainda evitou o avolumar de uma vitória, quanto a mim, claramente justa.

sábado, 17 de março de 2007

Futebol Paixão


Estive a ver um dos melhores jogos do ano, servido como aperitivo antes do Benfica-PSG desta quinta feira.
O Shakhtar-Sevilha foi um hino à paixão pelo futebol. Teve de tudo, rodos de emoção, grandes intérpretes, golos fabulosos e um drama arrepiante digno de um grande palco europeu.
Sinceramente apeteceu-me ser adepto do Sevilha para sofrer por amor clubístico e ver um dos encontros mais apaixonantes dos últimos tempos. Como adepto fervoroso de Futebol com F grande, não me apetece fazer grandes ensaios sobre táctica, protagonistas, ou incidências deixo-vos apenas com esta sintese muito bem elaborada que para mim diz tudo.

Pois se os treinadores de bancada gostam de dissecar encontros racionalizando assim o futebol, são momentos como os que aqui aparecem que compôem a vertente emotiva de cada jogo.

A cabeçada de Palop no 4º minuto de descontos levando o jogo a prolongamento, o golo à "Iguita" de Matusalem, mais uma assistência de Daniel Alves, e o golo decisivo de Chevanton que apesar de apenas ter um golo em La Liga, precisamente ao Real Madrid, já leva 4 nas competições europeias, são os condimentos de uma paixão bem mediterrânea pelo desporto-rei.

Se hoje em dia, são as tácticas que ganham os jogos, são momentos como estes que ganham os adeptos!

sexta-feira, 16 de março de 2007

A ter debaixo de olho!

Sábado

Schalke 04 vs Estugarda

Domingo

PSV vs Ajax

Fiorentina vs Roma

Everton vs Arsenal

Saragoça vs Atlético de Madrid


Segunda-feira

Tottenham vs Chelsea

A não perder!

FC Porto vs Sporting CP

Sábado 20h30
Sport Tv 1

segunda-feira, 12 de março de 2007

O Momento do fim de semana

O Terceiro golo de Messi. As grandes estrelas fazem-se de momentos fantásticos, Messi já tinha alguns e agora pode juntar mais um, o terceiro golo ao Real Madrid que deu o empate ao Barcelona. Foi um momento fantástico, pleno de velocidade, de intenção e coroado por um remate indefensável. A beleza do golo é “agravada” por três factores:

- Porque foi o golo do empate de um jogo carregado de simbolismo.

- Porque foi marcado aos 90 minutos (não era suposto Messi ter aquela velocidade vertiginosa no final de um jogo disputado a um ritmo elevado).

- Porque foi o golo do Hat-trick. Do Hat-trick num Barcelona vs Real Madrid!

Acontecimento do fim de semana


O Barcelona vs Real Madrid, um dos melhores jogos desta época. Teve todos os ingredientes dos grandes espectáculos futebolísticos, golos (muitos), polémica, e muito futebol de ataque. Os mais pragmáticos com Johan Cruyff dizem que esse grande espectáculo foi baseado em organizações defensivas ineficientes de ambas as equipas, os mais optimistas falam de uma superação dos ataques sobre as defesas, com Messi e Guti a criar imensas dificuldades as defesas adversárias. Eu digo que o futebol é espectáculo e isso não faltou. Grandes golos (principalmente o ultimo de Messi), enormes defesas de ambos os guarda-redes, enfim o necessário para que as pessoas encham os estádios. Quanto a mim o único senão do Clássico vizinho foi a saída prematura do Eto’o.

Equipa do Fim de Semana

domingo, 11 de março de 2007

O sucessor de Gago


No Boca Juniors já existe um sucessor de Gago. Chama-se Ever Banega tem 19 anos (174cm, 71kg) e já comanda o meio campo do Boca juntamente com Riquelme. Banega só se estreou com a camisola do emblema Argentino em Fevereiro deste ano, mas quem o observa a jogar nota que possui a tranquilidade dos grandes talentos.

Ocupa a posição de médio defensivo de transição e todo o jogo da equipa passa pelos seus pés antes de ser entregue ao “patrão” Riquelme para este definir o jogo ofensivo. Banega tem uma soberba qualidade de passe, jogando constantemente com 1 ou 2 toques, fazendo assim o jogo fluir eficientemente, no entanto é capaz de arrancar verticalmente com a bola criando desequilíbrios ofensivos. É um jogador que nunca esta parado, procurando oferecer sempre uma linha de passe aos seus colegas. Apresenta uma excelente leitura de jogo quer ofensivo, sobretudo na 1ª transição, quer defensivo, compensando eficazmente a subida dos defesas laterais e centrais. É um daqueles jogadores que já vem com a sabedoria táctica incorporada.

Apesar de não ter uma forte estatura apresenta um bom poder de choque, lutando por cada bola disputada. Não é um jogador que jogue em esforço, tudo o que faz dentro de campo é feito com uma beleza eficiente.

Ele também comanda o meio campo da selecção sub 20 da Argentina que conquistou o 2º lugar no último campeonato Sul-americano de sub 20, tendo logo chamado a atenção dos diversos olheiros presentes no torneio.

Tem de continuar a evoluir no campeonato Argentino antes de pensar em outros voos mas parece apresentar potencial para pisar os relvados do velho continente. É um jogador que demonstra uma grande personalidade dentro de campo e uma natural clarividência, que coloca em cada jogada em que se envolve.

sexta-feira, 9 de março de 2007

A ter debaixo de olho!

Domingo


Estudiantes LP vs Boca Juniors

Celtic vs Rangers

Chelsea vs Tottenham

Bayern Munich vs Werder Bremen

Santos vs São Paulo

River Plate vs Arsenal Sarandí

A não perder!

Sábado

Barcelona vs Real Madrid

Sport tv 2, 21h



Domingo

Inter vs AC Milan

Sport tv 1, 14h

Equipa ideal 1/8 de final da Champions



quinta-feira, 8 de março de 2007

Eu tenho de regressar - Larsson

O sueco Henrik Larsson regressa ao Helsingborg dia 12 de Março, data em que o seu empréstimo ao Manchester United termina.

“Foi uma excelente experiência mas sempre dissemos que 12 de Março seria a data da minha saída” disse o sueco. “A época na Suécia começa no dia 1 de Abril o que não lhes dá muito tempo para conseguirem um avançado que possa substituir-me”. “Tenho muito orgulho de ter feito parte desta equipa mas infelizmente eu vou para casa”.

Sir Alex Ferguson por sua vez agradeceu toda a dedicação e profissionalismo da antiga estrela do Celtic revelando que respeitava a decisão de Larsson regressar ao Helsinborg mas que faria qualquer coisa para que ele pode-se ficar em Old Trafford. O treinador do United lamentou ainda que no espaço de uma semana tenha perdido por lesão Saha (pelo menos 4semanas), Mikael Silvestre (luxação do ombro), Ole Gunnar Solskjaer (até 31 de Março), Darren Fletcher (2 meses) e o já mencionado Larsson que regressa ao seu país natal na próxima semana. Muitas baixas numa altura da época em que é cada vez mais importante as equipas estarem no seu melhor pois aproximam-se jogos decisivos para a FA Cup, Liga dos Campeões e Premier League.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Champions League


Apurados para os ¼ de final:

AC Milan (Itália)
Bayern Munich (Alemanha)
Chelsea (Inglaterra)
Liverpool (Inglaterra)
Manchester United (Inglaterra)
PSV (Holanda)
Roma (Itália)
Valência (Espanha)


Pontos positivos para:

- Valência porque conseguiu eliminar o Inter, somente a equipa mais regular de todos os campeonatos europeus com 24 jogos sem perder. Também porque foi a única equipa espanhola a resistir ao 1/8 de final.

- Koeman que voltou a repetir a gracinha de eliminar um dos finalistas da edição anterior da Champions depois de no ano passado no comando do Benfica ter eliminado o Liverpool este ano eliminou igualmente o favorito Arsenal, também em Inglaterra, provando ser um dos bons treinadores da Europa.

- Liverpool vs Barcelona depois do belo espectáculo que ambas as equipas proporcionaram em Nou Camp voltaram-no a fazer agora em Anfield Road tendo sido muito provavelmente a melhor eliminatória dos 1/8 de final.


- Alessandro Mancini (AS Roma) pelo fantástico golo que marcou ao Lyon, melhor momento dos 1/8 da Champions.


Pontos Negativos para:

- Chelsea vs Porto um mau jogo de futebol, nenhuma das duas equipas conseguiram colocar sobre o relvado o seu futebol.

- Alexander Hleb cometeu uma falta estúpida junto a bandeirola de canto que muito provavelmente custou o apuramento ao Arsenal.

- Valência vs Inter pela violência após o final de jogo.

- Lyon porque ainda não foi desta que deu continuidade a excelente primeira fase de qualificação.


A Promessa - El Mago

Existe um novo craque a explodir no futebol Brasileiro, mas desta vez trata-se de um chileno, nascido na Venezuela. Chama-se Jorge Luis Valdivia Toro mas é conhecido por El Mago, cognome justificado pela magia que coloca em cada jogada. Começou a sua carreira nas camadas jovens do Colo Colo do Chile destacando-se logo pela sua imensa habilidade e personalidade forte. Em 2003 o Colo Colo optou por emprestar o jogador à Universidad de Concepción tornando-se imediatamente uma das maiores figuras do campeonato chileno desse ano. Foi nesta temporada, destacando-se pela destreza e talento, que ganhou na imprensa o apelido de El Mago. Este sucesso imediato levou-o a transferir-se para o Rayo Vallecano da Espanha (Janeiro de 2004), e de lá para o Servette da Suíça (Junho de 2004). Tornou-se o principal jogador da equipe Suiça até está ter entrado em falência. Em Janeiro de 2005 voltou ao Colo Colo, clube pelo qual nunca tinha vestido a camisola da equipa principal. Jogando pelo emblema Chileno, Valdivia firmou-se definitivamente como o principal craque nacional a par de Matias Fernandez seu companheiro de equipa no Colo Colo e agora a representar o Villareal de Espanha. El Mago tornou-se titular indiscutível da Selecção Chilena, e principal jogador da equipa, que conquistou o Torneio Abertura de 2006. Logo após a conquista, foi vendido em definitivo ao Palmeiras clube onde actualmente actua.

FICHA

Idade: 23
Peso: 71kg
Altura: 173cm
Esquerdino



PERFIL
É um desses raros jogadores que nasceu para ter uma empatia natural com os adeptos, é empolgante a sua forma de jogar, sabe bem que apenas existe um verdadeiro caminho no futebol e esse caminho é em direcção à baliza adversária.
Valdivia é um jogador que não se intimida, que não receia pegar na bola e ir para cima dos adversários com as suas fintas imprevisíveis fazendo isso em velocidade, rasgando uma defesa com uma arrancada, espalhando de imediato o pânico tal é a dificuldade em tirar-lhe a bola sem recorrer à falta. Tem um controle extraordinário do esférico quer em progressão, quer na recepção. É um jogador que pega no jogo da equipa, não se esconde atrás das dificuldades, assume a sua responsabilidade dentro de campo. “No Campo quero ser um jogador livre, um inventor de jogadas”. Possui um excelente remate de media distância, sendo igualmente um excelente executante de bolas paradas.
Joga preferencialmente com médio ofensivo mas quanto a mim a posição onde mais rende é a de avançado móvel, jogando ao lado de um avançado com mais capacidade física. El Mago também tem defeitos, um deles é a sua falta de frieza na concretização, isso é agravado pelo facto de ter uma imensa facilidade em criar oportunidades de golo pois tem um drible curto fantástico dentro da área, sendo capaz de criar espaço facilmente para o remate. Se conseguir corrigir o aspecto da finalização o chileno tem tudo para ser um jogador de topo na Europa, possui uma excelente capacidade em proteger a bola e é capaz de lidar com defesas muito físicas pois tem um bom poder de choque. “Os bons jogadores destacam-se porque se adaptam as circunstancias que existem em cada jogo”. Apresenta ainda uma qualidade e timing no último passe muito acima da média, o que o torna num jogador que faz inúmeras assistências. Apresenta um ritmo muito alto, gosta de estar sempre em jogo, mais próximo do ritmo do futebol Europeu do que do futebol Sul-americano. Ele é acima de tudo um jogador especial, os seus adversários, companheiros, adeptos, treinadores percebem isso mal El Mago toca na bola e ela responde-lhe com a ternura que só se tem com alguém intimo, levando-o a criar “pequenas” genialidades pelo simples prazer de jogar com beleza. É um jogador semelhante ao “nosso” Miccoli tanto no seu futebol, como fisicamente mas sobretudo no carisma comum a todos os mágicos da bola, “apenas” sem o poder de finalização deste. É um jogador que faz falta ao futebol Europeu, cada vez mais sedento destes atletas que destroem com o seu talento as construções defensivas cada vez mais elaboradas.

domingo, 4 de março de 2007

Notas do sábado futebolístico

Liverpool x Man Utd

- A grande forma de Ronaldo, a força, a pujança, a moral, a personalidade, que o definem por esta altura, certamente, como um dos melhores, senão o melhor jogador do planeta.
- Jamie Carragher, quanto a mim o MVP da partida, ficando na retina aquele fantástico duplo corte após a cavalgada de Cristiano no final da primeira parte.
- O exagero que é o jogo directo do Liverpool, em que os ataques acabam invariavelmente por terminar em cruzamentos para a área, independentemente da presença ou não do gigante Crouch (o melhor período da equipa foi precisamente o início da segunda parte da contenda, quando estes apostaram mais nas incursões de Kuyt e Bellamy… porque não aproveitar melhor a qualidade destes avançados?)
- A estrelinha de campeão dos Red Devils, com dois jogos seguidos a ganhar nos descontos, depois de 2as partes de assédio atacante por parte dos respectivos adversários, alguém acredita em coincidências? A Premiership parece já estar entregue.

Portsmouth x Chelsea

- Drogba, pura classe…a forma como finaliza o lance do primeiro golo não está ao alcance de todos
- O cinismo dos londrinos: parece finalmente estar de volta o velho Chelsea de Mourinho, apesar de ainda necessitar de alguns pequenos retoques (que o regresso de Terry em pleno, quanto a mim, acrescentará). Seguro e eficaz. Como já o havia demonstrado no fim-de-semana passado. A coesão defensiva ainda não está devidamente afinada, é um facto, mas a “máquina” já se encontra mais calibrada do meio campo para a frente, destacando-se o elevado sentido posicional do trio centro-campista. Enquanto teve pilhas, o jogo foi sendo controlado (não esqueçamos a grande época que o Portsmouth está a realizar…). Depois Robben acrescenta aquela ponta de imprevisibilidade que faltava…
- Petr Cech. Quando tudo o resto falhou e o empate parecia inevitável, mostrou os seus dotes e segurou o resultado com duas defesas extraordinárias. O chamado “fazer a diferença”.

Porto x Braga

- Adriano, a regressar à titularidade, e em boa forma. Seguramente com Postiga os azuis não tinham chegado naquela jogada ao golo.
- A importância do triângulo de meio campo do FCP na dinâmica da equipa, tanto defensiva como ofensivamente. Na 1ª vez que vi quebrar este triângulo em termos de marcações, na primeira parte (desequilíbrio promovido por Zé Carlos, que deambulou da esquerda para o centro, tirando de uma vez só Lucho e Assunção da jogada), o Braga criou uma grande oportunidade de golo, após remate de Frechaut. “Zé do gol” falhou quase escandalosamente a recarga… Quando em posse de bola, é notório o alargamento deste mesmo triângulo, de Raul Meireles mais sobre a esquerda e Lucho sobre a direita, para que quando a bola mal chegue aos pés de um destes (directamente da defesa ou então de Assunção), circule o mais rapidamente possível em direcção ao extremo (principalmente Quaresma), promovendo a tal rapidez na transição defesa-ataque tão do agrado de Jesualdo e grande virtude deste FC Porto. É desta maneira que a equipa mais facilmente tem chegado ao golo. Na 2ª parte, com Meireles a abusar das investidas sobre a esquerda, Lucho limitado (e mais tarde a sair) e Assunção obrigado a recuar, perdeu-se notoriamente esta dinâmica, e com isso, grande parte da capacidade de ataque da equipa.
- Rodriguez. É melhor ficarmos atentos à evolução deste peruano. Pela amostra deste jogo, temos aqui um excelente defesa central.

Sevilha x Barça

- Excelente espectáculo de futebol. Teve de tudo um pouco: golos, emoção, expulsões, penaltys, reviravolta no marcador, grandes exibições…
- A falta de controlo (emocional e não só) deste Barcelona. A ganhar 1-0 em casa do 2º classificado, com um jogador a mais e um penalty a favor já no fecho da 1ª parte, tendo como principal virtude a gestão da posse de bola, caberia na cabeça de alguém que os catalães fossem perder este jogo? Algo anda mal, e o problema só pode vir de dentro… Dois jogadores expulsos (apesar do exagero que foi a decisão do árbitro em relação a Giuly), um por (suposta) agressão e outro por protestos acaba por ter o seu significado…Nem Ronaldinho se safou…
- A diferença de agressividade entre as duas equipas. É por aqui que se começa a definir o porquê deste primeiro lugar do Sevilha…
- Rykaard, pela negativa. O primeiro a deitar a toalha ao chão. Veremos se valeu a pena poupar as estrelas no jogo contra o (até agora, só) segundo classificado.
-Daniel Alves, pela positiva. Rápido, agressivo, talentoso, bom rematador…enfim…Cansa só de ver jogar este excelente defesa/médio direito. Haverá melhor por essa Europa fora? Não creio. É certamente jogador para encetar mais altos voos. Mas que grande jogatana ontem…


“Espreitei” ainda três jogos, todos eles de vitórias relativamente esperadas. A do Inter em Livorno (e o passeio continua), do Lyon em St Etiene e a do Benfica em Vila das Aves. A reter o calcanhar de Ibrahimovic no 1º golo milanista e a fantástica execução de Tiago na chapelada monumental que deu origem ao 2º tento do Lyon. Para ver e rever…

O deslumbramento

Ontem foi dia de Benfica-Aves.
Não que fosse grande derby, na mesma hora jogavam Sevilha e Barcelona num bem mais apetecível encontro, mas deixo essa análise para os meus companheiros de equipa.
Não compreendo se o encontro com a careca mais luzidia do campeonato português toldou as ideias ao mister Fernando Santos, mas o Benfica realizou uma das exibições mais fracas dos últimos tempos arrancando um triunfo a ferros onde não seria previsivel.

A análise:

O Benfica começa o encontro recuando Katsouranis para central, incorporando o Derlei no meio campo. A confiança no central de reserva será assim tão pouca?
Kat, fruto de uma enorme cultura táctica e qualidade individual não sentiu grande dificuldade a jogar a central, Derlei no entanto, a meio campo foi um jogador esforçado mas inconsequente. Derlei não tem aquilo que se exige a um médio moderno: pressing defensivo, compensações e contemporização. A sua incorporação a meio campo resultou num jogador que não sabia efectuar um pressing eficaz sucumbindo à tentação em correr atrás do jogador contrário que tinha a bola em vez de cortar linhas de passe e impedir a progressão vertival, não conseguiu compensar os desiquilibrios atacantes quando os laterais ou karagounis avançava no terreno, e não soube definir os tempos de ataque da equipa. Perdeu-se assim um médio defensivo eficaz e mais importante perdeu-se um médio de transição. Não surpreendeu portanto a ineficácia atacante do Benfica e o constante recurso a passes longos solicitando os avançados.
Foi constangedor ver, após uma recuperação de bola, Kat avançar de cabeça erguida como sempre faz temporizando o jogo ofensivo, largando a bola contra natura para os jogadores do meio campo devido à sua posição recuada. No meio campo estava Petit, jogador importante na recuperação e compensações defensivas mas que não sabe definir a transição defesa-ataque, Karagounis que é um excelente organizador mas que não é capaz de progredir com a bola sendo um jogador de definição em espaços curtos por excelência e por último Derlei que não tem cultura táctica para fazer as transições. Na frente Simão não recebia a bola em condições por isso não brilhava, também não queria recuar recuar em demasia para vir buscar jogo porque depois faltava lá à frente. Nuno Gomes e Miccoli eram presas fáceis para um Aves bem organizado defensivamente que sobrepovoava o centro, pressionando o meio campo q.b. para que este já de si deficitário não funcionasse.
Na segunda parte Derlei alarga a frente de ataque saindo por fim do meio campo, vai para a direita, Simão para a esquerda, ficando o meio campo mais composto. Petit recua ligeiramente para tarefas mais defensivas, Karagounis encarrega-se da transição. Resulta parcialmente, o Benfica marca. Petit compensa a defensiva, Nélson sente-se mais à vontade avança, ganha a linha e assiste Nuno Gomes. O Aves joga com 10 e o Benfica gere o resultado. Essa gestão é mal feita, porque novamente não há ninguém que controle tacticamente o jogo e defina os tempos de ataque e de defesa. Um mau jogo de futebol arrasta-se até ao final com o Aves ciente que fez o encontro possível mas continua a não justificar por tão perdulário a permanência no primeiro escalão.
Fernando Santos não compreende que para ter 3 jogadores no meio campo é fundamental não só ter lá 3 jogadores mas sim que um deles possua um conhecimento intrínseco de táctica e da leitura do jogo para orquestrar a velocidade e o formato das transições atacantes. Ganhou, pode ser bestial, mas se ele próprio reconhece a fraca exibição será altura de pensar que a melhor maneira de atacar não é definida pelos atacantes, mas sim por uma linha média capaz de saber o que fazer, com e sem bola.

quinta-feira, 1 de março de 2007

A ter debaixo de olho!

CSKA de Moscovo v Spartak de Moscovo

As duas melhores equipas do futebol Russo encontram-se para disputarem a final da super taça daquele país.

Sábado 13h00

FC Porto v Sporting de Braga

O primeiro e o quarto classificado da Liga Portuguesa vão-se defrontar este sábado, num jogo marcado essencialmente pelo regresso de uma dupla de centrais, Jorge Costa e Aloíso, que deram muitas alegrias aos adeptos azuis e brancos, voltando agora ao Dragão como treinadores do Sporting de Braga.

Sábado 19h15, Sport Tv1

Olympiacos v Panathinaikos

Maior derby Helénico, que coloca frente a frente duas das mais fanáticas claques do futebol Mundial. Apesar da Equipa do Olympiacos dominar o campeonato grego com 11 pontos de vantagem sobre o Panathinaikos, o interesse para este jogo mantém-se por se tratar de um dos mais carismáticos clássicos do futebol.

Domingo 17h00

Corinthians v Palmeiras

Talvez o maior derby da cidade de São Paulo. No campeonato Paulista as duas equipas estão a defraudar expectativas umas vez que se encontram com o mesmo numero de pontos no meio da tabela, a 9 pontos do líder Santos. As equipas procuram o ponto de viragem nos maus resultados, sendo este jogo o ideal para isso, pois o vencedor ficara com muita moral para a restante época conquistando de novo o apoio dos adeptos.

Domingo 19h00

A não perder!

Liverpool v Manchester United

Um dos maiores clássicos do campeonato Inglês, que não perde importância por estas duas equipas se encontrarem separadas na classificação por 16 pontos. O Manchester vai atravessar um teste decisivo rumo ao titulo, frente a um Liverpool que jogando em casa vai tentar complicar a vida a um rival de sempre. Outros dos aliciantes para este jogo é a estatística, os de Liverpool ainda não perderam em Anfield Road esta época para a Premier League, tendo sofrido apenas 3 golos. Por seu lado Cristiano Ronaldo e companheiros são o ataque mais eficiente fora de casa.

Sábado 12h45, Sport Tv 1.

Sevilha v Barcelona

Provavelmente os dois mais sérios concorrentes ao título espanhol vão se encontrar este sábado em Sevilha. Separados por apenas 2 pontos na La Liga, o Sevilha em casa vai fazer o tudo por tudo para ganhar e assim passar a liderar o campeonato do país vizinho. O Barcelona parece estar numa fase de crescimento na qualidade de futebol praticado e nos resultados obtidos. Fora de casa os pupilos de Frank Rijkaard têm feito uma época muito abaixo do esperado, tendo ganho apenas 4 dos 12 jogos fora de Nou Camp, mas a verdade é que agora o Barcelona já pode contar com toda a artilharia pesada, com o regresso de Messi e sobretudo Samuel Eto´o e ainda com a “volta” do espicaçado Ronaldinho, que dá sinais de estar a voltar aos seus melhores momentos. A equipa do Sevilha conta para este jogo com o melhor marcador do campeonato espanhol e líder dos melhores marcadores da Europa Frédéric Kanouté (18 golos), conta ainda com o apoio do seu público. Os andaluzes em casa têm 9 vitórias em 11 jogos tendo perdido apenas 1 vez.

Sábado 21h00, Sport Tv 2.